Lava-Jato

Lideranças santa-marienses preveem mais tensão envolvendo situação de Lula

Foto: Lucas Amorelli (arquivo/ Diário)
Manifestações contra e a favor da prisão do ex-presidente Lula podem ganhar força a partir da guerra jurídica envolvendo a condição do ex-presidente

A guerra jurídica em torno da decisão que determinou, neste domingo, a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trouxe de volta o clima de tensão que tomou conta do país durante o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, e durante a caravana petista com o próprio Lula, em março deste ano. Pouco antes das 20h, saiu a última decisão do dia: o presidente do TRF4, Carlos Thompson Flores decidiu que Lula, preso em Curitiba, não seria solto.

Lideranças de Santa Maria avaliam a situação e temem que o país volte a viver momentos de confronto político. Um dos três autores do habeas corpus pela liberdade de Lula, o deputado federal Paulo Pimenta, líder da bancada do PT na Câmara, criticou a posição do juiz federal Sergio Moro, que, mesmo estando em Portugal, despachou no processo contrário ao pedido de soltura. Segundo o deputado, Moro se negou a cumprir uma decisão judicial e deveria ser punido.

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- É muito grave. Se abrirmos precedente para um juiz e um delegado não cumprirem uma ordem judicial, estaremos abrindo uma janela para a perda de qualquer referência no estado democrático de direito - argumentou Pimenta.


Para o deputado estadual Valdeci Oliveira (PT), a guerra jurídica cria um clima de tensão no país.

- O que eles fizeram, ao revogar a decisão pela liberdade do Lula, foi jogar gasolina no fogo - diz Valdeci, que prevê um acirramento de posições divergentes no próprio Judiciário.

A presidente municipal do PT, Helen Cabral, sustenta que Lula "é um preso político, que está sendo perseguido" por Moro.

- A gente percebe o tratamento desigual em relação a políticos do PSDB, que têm processos arquivados e não são presos - ressalta Helen, que também prevê a volta de protestos em defesa do ex-presidente.

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Para as lideranças de partidos adversários ao PT, a liberdade para Lula, condenado em segunda instância a 12 anos de prisão sob a acusação de ter recebido um apartamento tríplex no Guarujá como propina, agravará a situação política no país.

- A soltura dele, neste momento, é algo bem complicado. O povo não está mais suportando - analisa a presidente municipal do MDB, Magali Marques da Rocha, prevendo novos atos de protesto caso Lula saia da cadeia.

Já a presidente municipal do PSDB, Maria de Lourdes Stieler, pondera que há brechas na lei e que é um direito do preso buscar a liberdade.

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- Mas com essa decisão de soltar Lula, o clima no Brasil vai voltar a ficar tenso - diz a tucana.

O presidente do Sindicato dos Lojistas (Sindilojas), Ademir da Costa, que participou, com outros empresários, de atos pela prisão do petista, considera que o pedido de liberdade do petista tumultua o momento político.

- Fico triste porque estamos a três meses das eleições e essa era a chance de o Brasil fazer uma limpeza - afirma Ademir, que defende a posição de Moro.




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